A lesão por esforço repetitivo é tão séria e afeta tantas pessoas que há uma data para a população lembrar de se cuidar e preveni-la. Você sabia que existe o Dia Internacional da Prevenção às Lesões por Esforço Repetitivo?
Embora prejudique muito a qualidade de vida e, até mesmo, a produtividade no trabalho, nem sempre as pessoas têm noção disso e parte delas acaba negligenciando a saúde. Quando procura atendimento médico, geralmente, já está em uma fase mais avançada da doença e do comprometimento do bem-estar.
Por essa razão, é muito importante ficar atento aos sintomas para buscar ajuda médica. Quanto antes o diagnóstico for feito, mais altas são as chances de sucesso dos tratamentos mais conservadores. Quer saber mais sobre o assunto?
Então, continue a leitura. Neste post, trazemos informações relevantes e que podem auxiliar a identificar os sinais de LER/DORT. Confira!
O que é LER/DORT e quais doenças fazem parte dessa síndrome?
A Lesão por Esforço Repetitivo, abreviada LER, não é bem uma doença. Na verdade, é uma síndrome em que se encaixam diversas doenças que atingem, nervos, músculos e tendões dos membros superiores e dedos.
O problema causa dores e inflamação que afetam diretamente a qualidade de vida do paciente, o impedindo, muitas vezes, de fazer as suas atividades habituais. Também chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), ela pode ser causada por movimentos repetitivos ou que demandam muita força, postura inadequada, estresse e vibração.
Sendo assim, a LER/DORT é considerada uma doença ocupacional, já que diversos profissionais estão mais expostos ao risco de apresentá-la, como digitadores, músicos, esportistas, trabalhadores que operam britadeiras etc.
A seguir, veja algumas das principais doenças que entram na lista da síndrome:
- tendinite;
- síndrome do túnel do carpo;
- bursite;
- epicondilite medial e lateral;
- dedo em gatilho;
- mialgias;
- síndrome do desfiladeiro torácico.
Quais são os sintomas mais comuns relacionados à LER/DORT?
Como se trata de um conjunto de doenças, a Lesão por Esforço Repetitivo (LER) se manifesta de diversas formas e têm sintomas que podem ser confundidos. Por isso é importante prestar muita atenção e considerá-la sempre que apresentar algum dos seguintes sinais:
- dor localizada;
- desconforto;
- fadiga;
- sensação de peso;
- formigamento;
- dor que irradia;
- dor generalizada;
- dormência;
- fraqueza muscular;
- dificuldade para movimentar os membros afetados;
- aumento da temperatura no local;
- redução da amplitude do movimento;
- inflamação.
Além de observar se os sintomas ficam mais fortes ao realizar determinados movimentos, é interessante analisar quanto tempo duram, quais são as atividades que os agravam e se há melhora com o repouso em alguns dias de folga.
Como a ergonomia está relacionada à LER/DORT?
Além do esforço ou movimento repetitivo, outra causa que pode levar à LER/DORT é a falta de ergonomia — termo usado para designar um conjunto de normas que visam melhorar a forma de trabalho e prevenir doenças.
Ou seja, a mesa menor e mais alta do que o adequado pode sobrecarregar o peso no antebraço, por exemplo, gerando algum tipo de inflamação. Sendo assim, é importantíssimo seguir as normas de ergonomia.
Tanto que a NR 17, que é a norma regulamentadora que trata da ergonomia de funcionários, é obrigatória e gera punição para empresas que não a seguem. Ou seja, podemos dizer que seguir essas exigências é fundamental para a prevenção e ajuda no tratamento da LER.
Como é feito o diagnóstico?
O mais importante é que o diagnóstico deve ser feito por um médico ortopedista, que é o especialista responsável. O profissional é capaz de dar um diagnóstico preciso, determinar um tratamento adequado e orientar quanto à prevenção de recidiva.
O diagnóstico é feito a partir de uma análise da história do paciente, de suas atividades rotineiras, tanto no trabalho quanto em casa ou na prática de esportes. A partir daí, ele pode solicitar exames complementares, até mesmo para descartar outras doenças.
Entre os exames que podem ser solicitados estão: raio x, ultrassom, tomografia, ressonância magnética e eletroneuromiografia (permite avaliar a saúde do nervo).
Quais são os principais tratamentos?
Os tratamentos para LER/DORT têm como objetivo devolver a qualidade de vida do paciente. A seguir, veja quais são os procedimentos mais comuns.
Medicamentos
Geralmente, na fase aguda da dor, são receitados medicamentos anti-inflamatórios e o repouso do membro afetado. Quando a doença já está avançada e se torna crônica, o médico pode indicar o uso de corticoides ou aplicação direta da substância na área da lesão — procedimento chamado infiltração.
Mudança de hábitos
A mudança dos hábitos que causam a LER é muito importante para o tratamento e para evitar a recorrência da doença. Portanto, o especialista pode recomendar as melhorias em ergonomia necessárias na estação de trabalho, por exemplo.
Fisioterapia
A fisioterapia é indicada não somente no tratamento da LER/DORT, mas também para a prevenção. Os exercícios específicos são capazes de aliviar as dores e fortalecer o sistema osteomuscular.
Cirurgia
Existem casos em que somente os tratamentos mais conservadores não conseguem dar qualidade de vida ao paciente. Sendo assim, o médico pode considerar a intervenção cirúrgica como último recurso nos quadros mais extremos.
Como você pode conferir, há mais pessoas sujeitas a apresentarem LER/DORT do que se pode imaginar. Então é fundamental buscar ajuda médica especializada sempre que sentir alguma dor que não passa ou que vai e volta nos membros superiores, principalmente, se as suas atividades de trabalho ou do dia a dia são fatores de risco.
Se você sofre com algum dos sintomas citados no artigo, procure ajuda médica, não deixe que a condição se agrave por falta da orientação correta.